Espetáculo Constância

Rolou nesse mês de Março a estréia do espetáculo cênico "Constância" e o desafio da DW Digital Studio foi levar para as telas nesse hibrido entre o teatro e o cinema a emoção de sentir a atuação e a presença das atrizes e toda poesia visual que o espetáculo oferece na segurança da casa de cada espectador em tempos de pandêmia. Direção de fotografia é aplicada em toda obra audiovisual reflete o carinho e dedicação de toda equipe envolvida desde os processos cenográficos e iluminação impecável e responsiva. A imersão é levada através da atuação das atrizes e a fluidez entre as trocas atemporais de situações e cenários, dentro desse ambiente gravado no Silo Cultural de Paraty temos a experiência teatral através das telas.

Perseverança e luta pela sobrevivência marcam a passagem do negro nos sertões do Brasil e tal é a história da formação de muitas famílias no país. Partindo desta base, o espetáculo “Constância” é fruto da reconstrução das memórias e da pesquisa das atrizes Joana Marinho e Claudia Ribeiro. Com orientação cênica de Stephane Brodt, do Amok Teatro, o espetáculo tem dramaturgia e direção de Joana. “Constância” estreia sua versão online em 25 de março, com quatro apresentações gratuitas, no YouTube.
O Governo Federal, o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc, apresentam “Constância”. O espetáculo utiliza a representação do boi e a persistência desse animal no imaginário nordestino, para falar do homem do sertão e de sua precária sobrevivência. A fuga do boi é retratada com suas proezas para escapar dos vaqueiros. O boi, que aqui representa o negro que foge e resgata sua liberdade, é forte, astuto e conhece o sertão, mas a natureza é imprevisível.
“A peça fala da perseverança do negro no sertão e o fato da sua sobrevivência ter se dado muito por conta da geografia do lugar”, explica a autora. Para construir a dramaturgia, Joana se inspirou em diversas obras da literatura e do cinema, além de cantigas antigas e vissungos – canto entoado pelos escravos durante o trabalho, alguns deles conhecidos pela voz da cantora Clementina de Jesus. Entre algumas obras percorridas estão o livro “Quarto de despejo”, de Carolina Maria de Jesus; o poema “Miradas sertanejas“, de Daniel Fagundes; e os documentários “Carro de bois“, direção de Humberto Mauro e “Aboio, a poesia do vaqueiro“, de Tárcio Araujo.
“Queríamos pesquisar sobre a influência da passagem do negro pelo sertão. Somos duas mulheres negras, que temos na nossa ancestralidade toda essa religiosidade presente no sertanejo. É uma religiosidade híbrida, entre magia, misticismo, passando pelo candomblé e a religiosidade indígena até o catolicismo trazido pela colonização”, conta Joana.

FICHA TÉCNICA
Direção Geral e Dramaturgia: JOANA MARINHO
Direção Técnica: JOSÉ ALCÂNTARA
Orientação Cênica: STEPHANE BRODT
Atrizes Pesquisadoras: CLAUDIA RIBEIRO E JOANA MARINHO
Preparação Vocal: AURORA DIAS
Equipe de Poesia Visual: DANIELE GEAMMAL
PATI FAEDO
XAN LUCATO
JOSÉ ALCÂNTARA
JOANA MARINHO
LUIZA SAAD
AMARILIS IRANI
Equipe de Sonorização e Iluminação: PARATY SHOW
OMO OMI PRODUÇÕES
Produção Audiovisual: DW DIGITAL STUDIO
Direção de Audiovisual: RODRIGO CECCATO
Direção de Fotografia Audiovisual: RODRIGO CECCATO
Assistência de Audiovisual: GABRIEL BLASCO
VITOR HUGO SANTANA
Assessoria de Imprensa: PAULA CATUNDA
Mídias Sociais: RAFAEL TEIXEIRA
Contadora: ANGÉLICA PORTO
Frete: MARCOS VINÍCIUS
BONIFÁCIO DE OLIVEIRA
Produção: DA LUA PRODUÇÕES
LUANA CABRAL
DANIELA ZABLUDOWSKI
Assistência de Produção: RAFU SILVA
Realização: ERÓ CRIAÇÃO E PRODUÇÃO